Em coletiva à imprensa para apresentar o resultado da investigação, o delegado do Núcleo de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Nucria), Getúlio Teixeira, disse que o empresário utilizava a agência de modelos para 'ludibriar meninas que tinham o sonho de ser uma modelo famosa'.
"As meninas procuravam a agência e quando ele tinha oportunidade de ficar sozinho com garotas, falava que elas deveriam tirar a roupa para verificar se tinham estrias. Então, ele falava que tinha que passar um creme no corpo da menina e isso ia avançado, sendo que para algumas ele dizia que era preciso manter relação sexual para virar modelo. Osmir dizia que era uma coisa normal no mundo da moda a modelo ter relação sexual com seu agente", explica.
O delegado contou ainda que no momento da abordagem policial ao estúdio de Osmir D'Albuquerque foi encontrada uma menor desacompanhada dos pais. No local, a perícia encontrou ainda quatro camisinhas usadas.
'Operação Glamour'
Batizada como 'Operação Glamour' a investigação que levou à prisão do empresário começou há aproximadamente três anos. De acordo com a Polícia Civil, foram identificadas 19 vítimas não só da capital acreana, mas também dos municípios de Acrelândia, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira.
Entre as vítimas, pelo menos duas eram menores de 14 anos e a polícia acredita que existam outras, além das que já foram ouvidas. "O momento é oportuno para incitar os pais que deixaram suas filhas participarem de trabalhos naquela agência, e as garotas que lá foram sem conhecimento de seus pais e que podem ter sido vítimas desses crimes, para que procurem as autoridades policiais", pede a delegada adjunta do Nucria, Elenice Frez.
Segundo a Polícia Civil, o empresário será indiciado pela prática de três crimes, estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude.
Procurado pelo G1, um dos advogados de Osmir, Carlos Vinícius, disse que ainda vai analisar o processo. "Inicialmente vamos analisar o processo, que é extenso, para tomar as medidas cabíveis", declarou.
Empresário já havia sido condenado por crimes sexuais
Em 2003, Osmir D'Albuquerque já havia sido condenado pela Justiça do Rio de Janeiro a 32 anos de prisão por aliciamento e exploração de menores. Ele ficou preso por aproximadamente sete anos e ao deixar a prisão, voltou ao Acre e se estabeleceu como colunista social, organizador de eventos, fotógrafo, cantor e agenciador de modelos.
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